Atribui-se à educação psicomotora uma formação de base, indispensável a toda criança (normal ou com problemas), que responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.
Seriam
tantos os conceitos ligados a esta área do conhecimento quantas são as
correntes teórico-práticas existentes. Tais conceitos, contudo,
deixam-se enfeixar pela ênfase dada ao corpo lugar do ato voluntário
ou, se quisermos, do agir intencional. É possível, através de uma ação
educativa a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes
corporais, favorecer o início da formação de sua imagem corporal, o
núcleo da personalidade.
Segundo
Le Boulch, a educação psicomotora é um meio prático de ajudar a
criança a dispor de uma imagem do "corpo operatório", a partir da qual
poderá exercer sua disponibilidade. Esta conquista passa por vários
estágios de equilíbrio, que correspondem aos estágios da evolução
psicomotora.
Segundo
Quirós, motricidade é a faculdade de realizar movimentos, e
psicomotricidade , a educação de movimentos ou através de movimentos
que procura melhor utilização das capacidades psíquicas.
Desta
forma, podemos definir psicomotricidade como a educação do movimento
com atuação sobre o intelecto*, numa relação entre pensamento e ação,
englobando funções neurofisiológicas e psíquicas.
Como
o comportamento físico da criança expressa, uma a uma, sua
dificuldades intelectuais e emocionais, pode-se dizer que a
psicomotricidade é a ciência do corpo e da mente. Ao vermos o corpo em
movimento, percebemos a ação dos braços, pernas e músculos gerada pela
ação da mente. É necessário, portanto, educar o movimento pela mente.
A
psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode
trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com
afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a
unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que põe em jogo as
funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento
mental normal são manifestações puramente motoras.
A
psicomotricidade vai permitir que se estabeleça a noção de vazio ou
ocupado. São os gestos do corpo que vão levar o indivíduo à consciência
de seus limites e possibilidades. A coordenação psicomotora é uma
qualidade diretamente ligada à expressão do corpo, porque todo
movimento tem uma conotação psicológica de sensações. Nos movimentos,
serão expressos sentimentos de prazer, frustração, desagrado, euforia,
como dimensão de um estado emocional, reconstruindo, assim, uma memória
afetiva desde os gestos iniciais da criança.
COORDENAÇÃO GLOBAL (GROSSA)
Realização
de grandes movimentos com todo o corpo, envolvendo as grandes massas
musculares, havendo harmonia nos deslocamentos. Não a precisão nos
movimentos, embora seja importante a coordenação perfeita dos
movimentos.
Exemplo: marchar, batendo palmas, correr, saltar, etc.
COORDENAÇÃO MOTORA FINA
É
a capacidade para realizar movimentos específicos, usando os pequenos
músculos, afim de atingir a execução bem sucedida da habilidade. Requer
um ato de grande precisão no movimento. Movimentos manuais em que
coordenação e a precisão são essenciais.
Exemplo:
tocar piano, escrever, modelagem com massinhas, recortar, colar,
trabalhos com objetos pequenos como pinças, alicates de unha.
(Texto de: Lindací A. de S. Scagnolato)
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