quarta-feira, 19 de junho de 2013

Tendências Pedagógicas


A educação é um instrumento de transformação social.
 A escola é o meio de ajudar no processo de superação das desigualdades sociais.
 Possui uma concepção crítica da sociedade capitalista.


  A pedagogia progressista tem-se manifestado em três tendências: a  LIBERTADORA, mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire; a LIBERTÁRIA, que reúne os defensores da autogestão pedagógica; a CRÍTICO-SOCIAL dos CONTEÚDOS que, diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto cor as realidades sociais.
  As versões libertadora e libertária têm em comum o antiautoritarismo, aos conteúdos de ensino. Como decorrência, a prática educativa somente faz sentido numa prática social junto ao povo, razão pela qual preferem as modalidades de educação popular “não-formal”.
  A tendência de pedagogia crítico social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias Tradicional e Renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entende a escola como mediação entre o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto de relações sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente re-elaborado.



    ASPECTOS

LIBERTADORA
   (Paulo Freire)

    LIBERTÁRIA
CRÍTICO -SOCIAL      DOS
CONTEÚDOS




Papel da Escola
Questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens;
Visa a transformação;
“Temas Geradores”;
Necessidades sociais psicológicas e culturais do aluno.
Escola exerce uma transformação na personalidade dos alunos no sentido libertário e autogestionário.
Preparar o aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.



  

  Conteúdo de 
       Ensino
Extraídos da vida prática dos educandos;
O importante não é a transmissão de conteúdos específico, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida;
Emerge do saber popular;
Existencialismo/ essencialismo
As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas;
Resultam de necessidade e interesses manifestos pelo grupo;
Ligam-se, de forma indissociável, à sua significação humana e social;
Reavaliados face às necessidades sociais;
Interação entre conteúdos e realidade concreta.





Métodos de Ensino
 O educador e o educando possuem uma relação de autêntico diálogo;
Trabalho educativo – grupo de discussão;
O professor é animador, que deve caminhar junto, intervindo o mínimo possível;
Troca de experiências.
 Trabalha-se de forma grupal (autogestão);
Os alunos têm liberdade de trabalhar ou não, ficando o interesse pedagógico na dependência de suas necessidades ou das do grupo;
Elimina-se os livros-textos;
Adota-se o livro, visando ao desenvolvimento crítico;
Relaciona a prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor, logo depois, acontece a “ruptura”(não se ater apenas ao conteúdo)
Vai-se da ação a compreensão a ação, até a síntese.


Relacionamento professor - aluno
Relação horizontal onde o  educador e o educando se posicionam como sujeitos do ato de conhecimentos não autoritário e não diretivo;
Diálogo
Não diretiva, sem obrigações e ameaças;
O professor é um orientador e catalizador (dinamizador), ele se mistura ao grupo para uma reflexão comum, não devendo impor suas concepções e idéias,não podendo transformar o aluno em um “objeto”.
Abrir perspectivas a partir dos conteúdos relacionados com o estilo de vida dos alunos, tendo consciência inclusive dos contrastes entre sua própria cultura e a do aluno;
Há a diretividade (não autocrática).




Pressuposto da Aprendizagem
“Educação problematizadora” como força motivadora da aprendizagem;
Aprender é um ato de tomar conhecimento da realidade concreta e só tem sentido se resulta de uma análise crítica dessa realidade.
A motivação está no interesse de crescer dentro da vivência grupal;
Aprendizagem informal, via grupo e a negação de toda a forma de expressão;
Somente o experimentado é usado em situações novas.
Aprender é desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência;
Aprendizagem significativa;




Prática Escolar
Tem influência expressiva dos movimentos populares e nos sindicatos;
(embora se restrinja à educação de adultos ou à educação popular em geral, muitos professores colocam em prática em todos os graus de ensino);
Abrange quase todas as tendências não autoritárias em educação, entre elas, a anarquista, a psicanalista, a dos sociólogos e a dos professores progressistas;
Propõe modelos de ensino voltados para a interação conteúdos-realidades sociais, procurando articular o político e o pedagógico, ou seja, “a educação a serviço da transformação das relações de produção”.
     Outras Características
Denominados temas geradores, são extraídos de problematização da prática de vida dos educandos.
A negação de toda forma de repressão visa favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres.
Os métodos subordinam-se  aos conteúdos.
Relação diretiva, o professor é um mediador.
 Representantes
Paulo Freire
C. Freinet, Miguel Gonzalez Arroyo
José Carlos Libâneo,
Makarenko, Manacorda, Snyders, B. Charlot, Dermeval Saviani

  
       Situar o ensino centrado no professor e o ensino centrado no aluno em extremos opostos é quase negar pedagógica porque não há um aluno, ou grupo de alunos, aprendendo sozinho, nem um professor ensinando para às paredes. Há um confronto do aluno entre sua cultura e a herança cultural da humanidade, entre seu modo de viver e os modelos sociais desejáveis para um projeto novo de sociedade. E há um professor que intervém, não para se opor aos desejos e necessidades ou à liberdade e autonomia do aluno, mas para ajudá-lo a ultrapassar suas necessidades e criar outras, para ganhar autonomia, para ajudá-lo no seu esforço de distinguir a verdade do erro, para ajudado a compreender as realidades sociais e sua própria experiência.





                         




Fonte: José Carlos Libâneo – Democratização da Escola pública – 19ª edição.

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